Traição corriqueira: É aquela em que o envolvimento com outra pessoa foi ocasionado por uma circunstância qualquer, sem nenhum envolvimento afetivo ou elo de comunicação posterior. O exemplo típico é o do homem que viaja a trabalho e, longe de casa, sai para uma "night" tentando preencher o tempo e viver uma experiência singular. Ele volta para casa apaixonado por sua mulher/namorada e o fato, a menos que seja revelado, não parece alterar em nada a dinâmica da relação.
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Traição corriqueira em série: É aquela que ocorre sistematicamente e que, por não haver envolvimento emocional, muitas vezes nem é considerada por alguns como traição e sim como uma farrinha. Como ocorre com frequência, dificilmente a parceira demora a descobrir e geralmente, quando isso acontece, há brigas violentas, mas muita dificuldade em optar pela separação. O ser humano, quando em situação de rejeição real ou imaginária, tende a sofrer um abalo forte na auto-estima e, consequentemente, na capacidade de reações sensatas e adequadas.A traição corriqueira, normalmente se sustenta na crença, ainda hoje muito disseminada, de que homens são assim mesmo e que desde que respeitem suas famílias e não se apaixonem não há nenhum problema. Outros homens tendem a compartilhar com esse pensamento e meninos já bem novinhos se sentem meio bobões se não se comportam dessa forma com suas namoradas.Esse tipo de traição não significa necessariamente que o casal esteja vivendo uma crise ou mesmo tendo uma relação esvaziada ou desinteressante. Normalmente faz parte do sistema de crenças do homem médio.
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Traição com importante envolvimento emocional: Aí as coisas começam a ficar mais difíceis. Quando um casal, apesar de junto, está vivendo uma relação já muito desgastada ou mesmo desconstruída, pode surgir forte envolvimento emocional com outro alguém. Se isso acontece, a pessoa pode se ver num dilema entre o amor que agora sente e o casamento ou relação estável que não quer ou teme perder. Normalmente tentam conciliar as duas relações e uma acaba alimentando a outra. O casamento (já desgastado) nunca chega a ficar insuportável porque a pessoa apaixonada está feliz e, portanto, mais tolerante, além evidentemente, existir o sentimento de culpa. Podem durar anos, décadas e todos conhecemos casos famosos que duraram uma vida inteira. Desenvolve-se vida dupla e quando descoberto gera grande crise pessoal e familiar. Não podemos deixar de mencionar que, muitas vezes, ao invés da vida dupla as pessoas conseguem ser sinceras e assumir de frente a situação.
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Traição por baixa auto-estima: Típico de pessoas que precisam estar o tempo todo tendo a sensação de que são atraentes e que podem seduzir quem quiserem a qualquer momento. Essas pessoas pouco pensam no outro, parecem estar mais interessadas em sua sensação de poder pessoal e magnetismo. Muitas vezes escondem um medo horrendo de perder e de serem traídos.
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Traição por necessidade do novo: Praticado por pessoas que não conseguem se manter sensibilizados por muito tempo com o mesmo estímulo. Estão sempre buscando situações novas e migrando de relação em relação. São condenados a uma busca incessante e frustrada porque não há nada que com o tempo não se torne conhecido e habitual. Esses homens acabam ficando sozinhos e deprimidos.
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Traição como manobra de ponte: Às vezes, as pessoas já infelizes em suas relações não se sentem com coragem de enfrentar o medo de terminar com tudo e constroem paixões que as ajudam a migrar para a separação. Uma vez feito o movimento, a paixão termina. Parece já ter cumprido sua função.